Tendências e Impactos
Comprar uma casa é, sem dúvida, uma decisão enorme. E, com ela, vêm outras grandes decisões – uma das mais difíceis (e, curiosamente, mais divertidas! 😁) para mim foi escolher o empréstimo certo.
Adoro conhecer todas as variáveis antes de tomar uma decisão, o que, claro, tornou todo o processo bem mais demorado e, confesso, uma verdadeira dor de cabeça para todos à minha volta. Eles tiveram que ouvir todos os detalhes e descobertas que fui fazendo ao longo do caminho. 🤷♀️ (Acho que este blog começa finalmente a fazer sentido!)
A primeira grande questão que surgiu foi: o que é a Euribor e como é que se escolhe a mais adequada? Nos últimos meses, temos sido bombardeados com notícias sobre o aumento da Euribor e como isso tem afetado a vida de tantas famílias. Ouvir relatos de prestações a subir quase 500€ deixou-me assustada e a pensar muito sobre o assunto.
Foi então que decidi aprender o que é a Euribor. Pode parecer um pouco “lame”, eu sei, mas ouvir falar sobre algo e realmente saber o que significa são duas coisas muito diferentes… e eu prefiro estar na segunda categoria!
A Euribor (Euro Interbank Offered Rate – Taxa de Oferta Interbancária do Euro) é uma taxa de juro baseada nos juros que os bancos cobram entre si para empréstimos de curto prazo. Por curto prazo, entende-se de 1 semana a 12 meses, e é por isso que existem 5 taxas Euribor: as de 1 semana, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 12 meses. As mais conhecidas para empréstimo de casa são as de 3, 6 e 12 meses.
A primeira lição que aprendi foi clara: se optar por um empréstimo com taxa variável, vou sempre pagar pelo menos o valor de uma taxa Euribor. Mas… qual delas?
Surge, então, uma nova dúvida: devo escolher a Euribor a 3 meses, 6 meses ou 12 meses? Como decido qual é a melhor para mim? Fui procurar respostas online, mas não encontrei muita informação concreta. Nada parecia indicar, de forma clara, qual destas opções compensa mais historicamente.
O pouco que consegui encontrar apenas mencionava a rapidez com que a taxa é atualizada e a estabilidade (ou falta dela) que isso pode trazer.
Euribor | Velocidade de atualização | Estabilidade |
---|---|---|
3 | Muito Rápida | Instável |
6 | Rápida | Pouco Estável |
12 | Lenta | Estável |
Decidi então fazer a minha própria análise sobre a história da Euribor. Encontrei este site que tem a informação disponível gratuitamente e fácil de fazer download, embora tenha um pequeno defeito: só apresenta os valores da Euribor no último dia de cada mês. De qualquer forma, para esta análises, a diferença pode não ser significativa.🤷♀️
Outro site interessante é este, que provavelmente tem valores diários, mas não consegui encontrar uma forma de fazer download dos dados.
Encontrei os dados desde 1994, achei estranho porque a Euribor foi criada juntamente com o Euro 1 de Janeiro de 1999. Pelo que percebi foram anos de simulação para perceber a viabilidade do EURO (que passou no teste)!
Uma análise dos dados desde 1994 mostra que as três taxas Euribor (3, 6 e 12 meses) chegaram a ultrapassar os 7,5% (!!). Bastante assustador! Também caíram abaixo dos -0,50%, o que demonstra uma variação impressionante ao longo de 30 anos, com uma diferença enorme entre o valor máximo e mínimo.
Ao analisar essas taxas, percebi que a Euribor a 12 meses foi, em média, a mais cara, com uma diferença de cerca de 0,24%. Por outro lado, a Euribor a 6 meses foi a mais barata.
No entanto, decidi refazer a análise excluindo os anos antes de 1999, quando a Euribor ainda não existia oficialmente, pois não consigo confirmar a veracidade desses valores simulados.s.
Quando excluí os anos anteriores a 1999, os valores da Euribor tornaram-se bem mais agradáveis – ou pelo menos a diferença entre os mínimos e máximos ficou menor. Considerando este intervalo de 25 anos, é possível ver uma Euribor mais controlada, e mais uma vez, a taxa de 6 meses surge como a que mais compensou!
Olhando para estes dados, parece que a Euribor a 6 meses é, de facto, a escolha mais acertada!
Gráfico de evolução da Euribor a 6 meses
Tirado deste site
Todos gostamos de tomar decisões informadas, e eu não sou exceção! Fazer estas simulações e estudos foi a minha maneira de transformar uma decisão que parecia impossível em algo mais simples – ou, pelo menos, mais compreensível para a minha pequena cabeça.
E vocês, quais foram (ou são) as vossas estratégias para lidar com decisões difíceis? Partilhem nos comentários!
Com carinho, Ana